A ilusão do ego e de que sabemos o caminho
Uma das coisas legais de se estar na Europa é poder desfrutar de uma gama cultural muito maior e vasta do que no Brasil, pois lá nossas influências são muito mais “americanazadas”, e por isso, um dia desses escolhi assistir um filme português, acredito que os filmes nacionais conseguem passar muito sobre a cultura do lugar.
Contudo, acabei
escolhendo um filme clichê, triste, mas um clichê, de uma história real de uma
menina que na adolescência fez muitas escolhas erradas que tiveram
consequências pesadas e que só depois uma experiência de quase morte a colocou de
volta na rota certa, se é que isso existe.
Viu, clichê! Mas
pensando bem, a vida é muito clichê, histórias boas e ruins se repetem o tempo
todo, todos seguimos padrões para simplesmente pertencer, e isso me fez pensar,
sendo uma história real essa menina cresceu, deve ser adulta já, deve ter uma
vida melhor, ou não.
Pude concluir assim
que cada pessoa tem um mundo inteiro dentro de si, um mundo cheio de passado e
de consequências sentidas na pele e que ditam todas as nossas futuras escolhas.
E então pude compreender melhor também a lei do cosmos e de que somos feitos do
mesmo pó das estrelas, apesar de caótico o mundo segue quase que de forma
ordenada, padronizada, me levando a acreditar que é por isso que essas
histórias são clichês, porque se repetem e continuam se repetindo até
decidirmos mudar, assim como os carimbos que deram o nome a expressão.
Na busca de tentar nos
conhecer e de entender como o mundo funciona e porque raios estamos onde
estamos, o resultado é o mesmo: são respostas que a vida nos dá baseadas nas
nossas próprias escolhas, e cada escolha ramifica para uma das muitas
possibilidades que nossa vida poderia ter tomado, isso te conforta ou te
incomoda?
A mim? Sigo com um
ponto de interrogação, tentei por muitas vezes compreender e descobrir as
respostas certas e fracassei miseravelmente, e me vi cair em um poço de
perguntas que ainda ecoam pelo universo assim como as estrelas de que somos
feitos.
Engraçado não é mesmo?
Você olha uma pessoa na rua e nem imagina a treta que é sê-la, porque no geral
a gente simplesmente está se virando com a nossa própria existência, insistindo
que somos o centro do universo, preso em nós mesmos.
Quantas vezes você
olhou pela janela hoje?
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