A arte de ser imperfeito


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Não sei vocês, mas os momentos de maior crescimento e evolução na minha vida, foram os que eu passei por muitas provas e errei, errei muito.

A minha primeira reação diante desses fracassos sempre foi sentir vergonha, não querer falar sobre o assunto, não demonstrar de jeito nenhum que aquilo me abalou e isso no fim das contas me afastava das pessoas que poderiam me ajudar e só piorava tudo.

Em relacionamentos pessoais e profissionais a maior lição que tiro é que é impossível ser perfeito, é impossível acertar sempre, falar o certo sempre, agir certo sempre, e que lidar com as consequências é chato, é trabalhoso e muitas vezes libertador.

Demonstrar vulnerabilidade está na moda, as lives que vemos sempre seguindo a jornada do herói, pessoas contando as histórias dando ênfase no fracasso para mostrar a superação, as vezes soa forçado quando isso é usado em forma de manipulação, mas cria muitos laços e conexões quando usado como um simples desabafo ou algo como “aprenda com meu erro”.

“Porque quando me sinto fraco, então é que sou forte.” 2 Coríntios 12:10

Em momentos de incerteza, que já vivíamos tantos desses sem ter uma pandemia para lidar, e agora com ela, a gente achar que é invulnerável, perfeito e que tem todas as certezas é o caminho mais rápido para a frustração, e lidar com a frustração é tão ruim quanto ter que lidar com as consequências de sentimentos, medos e dores reprimidas.

Quando penso em minhas histórias de relacionamentos de amorosos, percebo que principalmente quando foi dando errado, e as vezes muito errado com alguns, que descobri em alguém aquilo que é bom e que me faz feliz e o que não me faz. Consigo hoje valorizar e relevar atitudes que antes não conseguiria se não tivesse tropeçado tantas vezes antes.

Já nas relações profissionais, os momentos em que mais cresci foi quando não pude jogar para baixo do tapete, pessoas, assuntos e situações que me incomodavam há muito tempo, ao encarar tudo isso,  me tornei uma pessoa mais forte e mais assertiva nas palavras, com o tempo aprendemos a lidar com tudo isso que nos incomoda com menos sofrimento.

“Vulnerabilidade é sinônimo de coragem. Coragem de enfrentar tudo e estar vulnerável para melhorar e não desistir.” Bene Brown

Se existe algo de bonito nesses tempos em que tudo é medo e incerteza, é saber sobretudo que não estamos sozinhos, que há pessoas na mesma situação e poder conversar sobre isso abertamente é tão bom que amizades estão sendo feitas, mesmo que não durem depois, mas é a conexão do presente que importa.

Viver o presente se tornou primordial para não entrar no ciclo infinito da ansiedade, de não saber como isso vai acabar ou se terá um fim, para que mundo estamos indo? Será que teremos os mesmos costumes depois disso? Não há como saber, se não vivendo um dia de cada vez.

“A vulnerabilidade é o que me define como ser vivo. É por ser vulnerável que amo. Não tenho cercas na alma. Vivo exposto. E prefiro. “ Padre Fábio de Melo

Fato é que todos somos ou estamos vulneráveis boa parte da vida e que se abrir para isso é uma autorização que você da a si mesmo para aceitar os próprios erros, para lidar com seus medos, e que ajuda a ter a coragem de correr os riscos sabendo que pode tudo ir para o espaço, mas que há muito aprendizado pelo caminho, então, aproveita a jornada.

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