Vou falar um pouco sobre mim desta vez e sobre a minha viagem ao rock’n rio 2013, e tudo que a envolveu.
No auge de 2011 eu quase infartei a minha mãe quando disse que iria para o rock’n rio “Mas, filha, você tem certeza? É no Rio de Janeiro…” ela dizia enquanto uma ruga inédita de preocupação surgiu em sua testa, acho que essa ruga tem meu nome nela… Dois anos depois eis que lá vou eu de novo para o rock’n rio, e dessa vez quando disse a minha que iria ela só falou um breve “tava demorando…” e perguntou com quem eu iria, então eu respondi “com o Rubens, ué!” Dessa vez a ruga estava relaxada em sua testa, mas estava pintada em uma face intrigada que dizia “mas eu não conheço esse rapaz!”, e eu logo respondi “mas vai conhecer, até porque, ele é meu futuro...”, de novo intrigada perguntou “futuro?” e eu disse que sim, era meu futuro mesmo sem saber ao certo futuro do que seria, mas com certeza era meu futuro.
Para explicar melhor isso eu preciso voltar alguns meses nessa história que foi quando eu tropecei no meu futuro enquanto curtia a solteirice em um bar da cidade. Assim que eu o vi pela primeira vez já sabia que alguma coisa dali ia sair, porém ainda era só o meu presente que eu estava curtindo, naquela época não pensava muito no futuro, era uma daquelas pessoas do “aqui e agora” que sempre irritam as pessoas que pensam no futuro, mas isso é outra história.
Enquanto a vida acontecia, nós nos conhecemos, ficamos amigos, descobrimos muitas afinidades e gostos em comum e dali surgiu um relacionamento tranquilo e favorável, só que ao contrário, nós éramos apaixonados mas também éramos recém solteiros que não queriam se amarrar então lutávamos contra o futuro para ficar insistindo no presente. Um dia, em um dos momentos em que decidimos pensar no futuro iniciaram-se as vendas do rock’n rio, e claro, nossa afinidade para a música e para o rock em específico tornou tudo muito inspirador para pensarmos no futuro, que no caso era ir ao rock’n rio.
Para ficar claro, imagine duas pessoas que se gostam, que gostam das mesmas bandas e que estão num momento bom de seu “não relacionamento sério”, como pessoas normais o que eles decidem fazer? Claro, porque não comprar uma viagem cara, para um lugar longe, com meses de antecedência? É pareceu uma boa ideia na época… mas, esse era o presente e aproveitávamos da maneira que queríamos, carpe diem meus amigos...hahaha.
Tudo parecia bem e corria bem até que um dia as coisas pararam de se encaixar, a gente mal se entendia conversando, cada hora era um desistindo do outro, hora por ciúme, hora por medo, hora por qualquer outro motivo tosco que só quem vive o agora leva em consideração, e numa dessas fases separadas, meses depois da compra adivinha só quem chegou pelo correio? O lindo e belo ingresso do rock’n rio e quando eu abri foi aquele misto de alegria, euforia e muito de “p***** e agora? O que eu vou fazer? Comprei com ele… merda vou ter que vender, mas não quero vender, merda merda merda não quero falar com ele, mas e agora, acho que vou sozinha. O que? Sozinha? Pro Rio com aquela multidão? Nem a pau, merda, vou ter que falar com ele.” Enfim, naquele dia todos os dilemas mentais foram discutidos dentro da minha cabeça e nada foi resolvido, porque obviamente não fui falar com ele.
No outro dia, a primeira coisa é uma postagem feliz dele falando que o ingresso chegou, e eu arrasada me dei conta de que ele iria comigo ou sem mim, e que a minha preocupação tinha terminado, afinal, decidi vender meu ingresso. Criei coragem, respirei fundo e fui falar com ele, “então, Rubin, acho que vou vender meu ingresso se souber de alguém me fala, ok?”. Bom, ficou nisso por um tempo, não lembro na verdade se tive resposta imediata ou não, mas vamos dizer que a sensação seria a mesma se demorasse uma hora ou uma semana para ler o que ele escreveu “Então, tem uma amiga minha querendo, me fala quanto você quer que eu falo pra ela”. Vou explicar a vontade naquele momento: “Ahááá, o que? Que menina o que? Tá louco? Quer morrer? Filho da mãe já ta de rolo... Nem vou responder...” Agora, a realidade: “Tudo bem? Pode ser o mesmo preço que paguei”, afinal o orgulho é uma coisa linda, jamais ia dar bafão, o negócio é sair por cima, fazer a kátia cega, essas coisas….hahaha, enfim, foi trágico.
Eu já tinha me conformado, e tava de volta ao meu presente mais monótomo sem grandes curvas sentimentais de amor x ódio, onde tudo voltava ao normal até que começou a faltar um mês para o show e até agora nenhuma amiguinha (--”) tinha comprado meu ingresso, claro que sou boba mas nem tanto, então fui atrás dele “E aí, vai ficar com meu ingresso?” , “então, não vai dar pra ela ir…” Ai que chato, né gente?! Já fazia mais de um mês que não nos falávamos e ele que era tão presente virou quase passado, mas realmente eu não queria ele no passado, e quando voltamos a nos falar todas as afinidades voltaram, os sorrisos, as risadas, os encontros depois do trabalho, as conversas sem fim, e pronto, lá vamos nós para o show do Humberto Gessinger, muito bom por sinal, e lá nós conversamos, charminho pra cá, orgulhinho besta pra lá até que no fim trouxemos para o presente o que já era quase passado e decidimos apenas com o olhar que finalmente seríamos o futuro um do outro.
Fomos ao rock’n rio, minha mãe conheceu “aquele rapaz” , fizemos juras secretas de amor durante o show, passamos medo no avião, esperamos horas no aeroporto pela conexão, seguramos a mão um do outro e curtimos juntos aquele que seria o nosso primeiro show grande de rock juntos, nos tornamos cúmplices um do outro. Detalhe que começamos a namorar de fato duas semanas depois, mas quem estava contando? Hahaha.
Resolvi contar essa história, e é importante ressaltar que ela está bem resumida, para mostrar como é importante percebermos o futuro enquanto ele ainda é presente e saber brigar pelo futuro que se quer, e não desistir apesar de todos os percalços, porque apesar da máxima de que “tudo que é pra ser seu, será”, as vezes, a gente precisa dar um empurrãozinho, se não pode demorar muito e você poderá perder uma parte muito boa desse seu presente futuro.Viva o agora e esteja preparado para o futuro, porque ele vem.
Comentários