Querido Diário, hoje eu acordei
sufocada, com uma dor insustentável no peito. Sensação de que meu coração parou
de bater e eu estava presa ao meu corpo como se minha alma estivesse amarrada a
só mais uma peça de vida fraca e sem sentido. Hoje, acordei entendendo que a
história que escrevi a um mês atrás é verdade, depois de tantos amores perdidos
você está pronto para ser massacrado novamente só que esquece o quão execrável
é se levantar sem os chão aos seus pés. Ah, Querido Diário, se eu soubesse que
em tão pouco eu perderia tanto da beleza do meu coração eu teria mudado tudo
desde o começo, não teria deixado mais ninguém entrar. Hoje, percebo que fui
uma péssima amiga, deixei de lado o que havia de mais puro e me entreguei ao
amor que por essa pessoa eu sentia, e tomei providências que só um amor burro
faria. Mesmo depois de sofrer desse mesmo mal tantas vezes, eu não consegui
aprender nada e hoje estou na posição que já deixei tantos outros. A vontade é
de enfiar uma agulha no pé, porque só isso que conseguiria me distrair da dor que se encontra
ao lado esquerdo do peito e estende-se ao resto de todo o corpo, formigando as
mãos, tremendo as pernas e deixando a garganta seca. Ah, Querido Diário, tem
um nó na minha garganta agora e um vazio imenso que me fugiu ao controle. Não sei
quando volto a escrever, mas não considere isso um adeus.
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