Aquela paz que eu quero sentir



 
E hoje a noite foi assim: caminhar a noite por uma cidade desconhecida, um lugar onde as pessoas sabem o que é uma bicicleta. Encontrar todos os tipos de pessoas na rua, encontrar uma padaria aberta após as 20 horas sem ter uma faculdade por perto. Chegar à praia sozinha, sentar no aconchego da areia, olhar o mar, fechar os olhos e ouvir o mar. Nossa, que sensação estranha de medo e paz misturada de maneira tão envolvente que até os pensamentos se confundem e resolvem não fazer mais nada, e você só fica ali sentada, olhando e ouvindo. Nada me assusta mais que o mar, ele é bravo, traiçoeiro e de imensidão impressionante, além de ser protagonista de vários pesadelos na minha infância. O som que emite é ainda mais amedrontador e estar ali sentada, para mim, foi quase um ato de coragem, daqueles que você nunca imaginou fazer sozinha. Visualizar um casal andando de mão dada ao fundo, quatro navios iluminados no horizonte e continua flutuando, mergulhada em devaneios que te fazem imaginar mil pessoas para estarem ali do seu lado, e se da conta de que na verdade nenhuma delas se enquadra no cenário. Parece até conversa de quem nunca esteve na praia, pessoa cafona do interior, mas não é. A realidade é que finalmente me dei conta, de que eu sou uma ótima companhia, sobretudo para mim mesma e então pude voltar tranquila para o meu quarto, sabendo que amanhã após um longo dia de trabalho eu estarei com alguém que realmente importa, comigo mesma. Não chame de egoísmo, ou chame se quiser, mas isso pode ser definido como paz de espírito, um sentimento que a muito tempo atrás me tiraram e hoje eu o recuperei. Boa noite!

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