Olhou para o lado e então sorriu,
não consegue decifrar se é felicidade ou só uma tranquilidade a tempos não
sentida. Colocou sua música preferida e foi para a sacada dar uma olhada na
noite e suas promessas, não sabe por onde começar e não se importa com isso. Havia
esquecido como é não se preocupar, não esperar, não se interessar e apenas
respirar e retirar tudo da cabeça, não existem pensamentos ruins, não existem
frustrações é tudo tão calculado que nem pode ser chamado de destino, e ele
realmente não tem nada a ver com essa sensação de paz de espírito, que tempos
atrás lhe foi retirada sem piedade. É possível ver pelo andar que ela flutua, e
que finalmente parece que está tudo em seu lugar, não existe mais bagunça, não
existe mais um final, apenas os começos e recomeços e eles não param de chegar.
De certa forma, pode-se falar que isso só pode ser passageiro, afinal quem pode
ser feliz assim? Sem nenhuma razão e ao mesmo tempo com todas as razões do
mundo. A música muda e ela corre para dançar e sentir o vento balançando seus
cabelos, fecha os olhos e não pensa em nada, somente sente o toque suave que a
vida proporciona quando tudo parece estar certo, não faz sentido fugir disso e
ela simplesmente se entrega a esse sentimento de paz que hoje habita dentro
dela e então deseja que não mais acabe, porque beira a perfeição e esperava por
isso a muito tempo, não é justo que termine sem ela aproveitar cada segundo de
seja lá o que for que torna isso possível.
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