a letter to a stupid heart.




Sufocante, dominante, me tira o ar e me tira o chão. Quero desapegar, me desvencilhar, mas você me puxa, me tira a razão e me cala. Tire suas mãos de mim, me deixe sair de teus braços, você não pode me domar assim. E então você me pega, me empurra pra frente, me joga do penhasco, me rouba o momento, me tortura, me aperta e eu me deixo cair em seus braços lentamente acariciando meus momentos só com você, pensando em acabar com sua dor, mas você não me deixa agir, me priva de respirar sem ofegar, me rouba os joelhos e sua minhas mãos. Não consigo raciocinar quando estou sentindo você dentro de mim, pulsando devagar como que me cortando aos poucos, fazendo meu sangue percorrer cada centímetro do meu corpo, me queimando, me atiçando a fazer coisas que não pretendo. Você me arrasta para você, corta meus pulsos e então me resta os impulsos. Aceito você, abraço você, me jogo do alto, me arrisco a te ouvir, te sigo a cada batida e de repente percebo que não posso fugir de você, não vivo sem você, quero que me esquente e quero num abraço tirar toda a sua dor. Por muito tempo tentei te calar, te tirar de mim, te arrancar e cortar em pedacinhos, mas aí você se prova melhor e maior que isso, me consola com carinho, me esfrega na cara que sempre esteve certo e te ouvir é o que me resta para nunca mais cair, porque por mais decepcionante que possa parecer você vive em mim, coração burro.

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