Relato a parte III




Sabe, às vezes dá vontade de gritar para todo mundo “Eu não tenho obrigação de gostar de você, mas também isso não quer dizer que eu não goste, eu não posso sentir simplesmente indiferença?”. Será que é só comigo?
Não faço questão de gostar de ninguém e nem quero que todos gostem de mim, sempre tive problemas de relacionamentos com a maioria, nunca fui popular, sempre tive poucos amigos e grandes ombros para chorar. Ninguém precisa disso para viver. Não gosto de pensar com o coração (até porque ele não pensa, ele é impulsivo, se joga), eu penso com o cérebro (que não é uma novidade, certo?!). Eu sou razão, e isso é diferente de ter razão (antes que alguém comece a julgar), eu não gosto de todo mundo, não agrado ninguém e falo o que penso sobre a pessoa cara a cara com ela, porque falar pelas costas não resolve os problemas nem mostra o que você pensa. Isso pode até ser a causa de alguns dos meus problemas, talvez.
Então, se você gosta ou não de mim sou indiferente quanto a isso, se você me odeia e quer destruir meu coração, tudo bem, destrua, faça dele carne moída. Mas não entre no meu cérebro, não me convença que você merece meu tempo, não finja ser meu amigo, não me julgue.  Se você é meu amigo, entenda, eu não choro com você, eu não te abraço com freqüência e nem digo que te amo, apesar de saber que isso é necessário e me faz pensar que sou fria, mas eu não te nego meu sorriso ao te ver, eu não nego minha ajuda se você precisar, eu não nego palavras para conseguir te convencer que você é maior que toda essa porcaria que rodeia sua vida e isso não me faz menos seu amigo. Não cobre isso de mim, simplesmente sou assim. Para entrar no meu coração, convença minha razão, apenas lembre-se que meu coração não pensa e ele é mudo.
As pessoas tem muita pressa em julgar, julgam pelo seu tamanho, pela cor do cabelo e pele, pelas palavras erradas que você escreve, pelo seu jeito de andar, pelas músicas que ouve, pelo seu jeito de sorrir, pela maneira como arruma suas coisas, pelas suas roupas, pelo estilo de óculos, nem pense em usar chapéu, as pessoas simplesmente julgam. Não digo que não julgo, eu julgo sim, mas não tomo  meus pensamentos como verdade, eu reparo nas suas roupas, eu reparo no seu cabelo, até no jeito de andar, dou risadas internas e as vezes imagino coisas que é melhor não dizer, mas não tomo providências antes de te conhecer, quando não conheço as pessoas eu simplesmente sou indiferente, continuo não negando meu sorriso, até porque fica chato em elevadores, (regras sociais, educação, bom sendo,sei lá), isso não é falsidade, pior seria se eu entrasse num ambiente que não conheço ninguém, mas todos são feios, narigudos e simplesmente fingir que ninguém está ali (afinal, cumprimentar gente feia pra que!?), não olhar, não dizer ao menos “Bom dia!”. Eu não me importo com você até você ser alguém para mim, não me julgue por isso. Essa sou eu, escrevo para esclarecer aos meus amigos algumas coisas que não consigo expressar de outra forma. Para as pessoas que não conheço a única coisa que digo é: Pare um pouco, para que tanta pressa?

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