Um conto inspirado nos livros de verão

Ele contava estrelas enquanto esperava por Ana perto do rio, que ficava negro com as sombras das árvores que o rodeavam sob a lua cheia. Ana aproximou-se, com um beijo carinhoso na bochecha. O rosto dele se iluminou e com os braços na cintura dela tocou de leve seus lábios com os dele.

- Enfim, você apareceu!

- Não consegui sair antes, Henrique demorou a ir embora hoje.

- Não sei como você o suporta, se não o ama – falou querendo que ela discordasse, pois seria mais fácil para ele aceitar.

- Ah, querido, culpa de meu pai e as idéias de enriquecer a família, não tive escolha.

Ele nada quis dizer depois disso e se pôs sentado no chão, abraçando-a com as pernas e os braços, olhando o rio. Sentia seu perfume e assim que seu coração se acalmou começou a beijar suavemente o pescoço dela, fazendo seu corpo arrepiar, e em silêncio fizeram amor sob a luz da lua.

Poucas horas antes do sol nascer, ele falou:

- Fuja comigo, tudo é muito melhor quando estamos juntos!

- Não posso – disse ela – todos contam comigo para ajudar minha família.

- Besteira! Eles não te tratam como deveriam, te venderam a família de Henrique como se fosse um pedaço de carne.

- Chega! – disse ela, enquanto seus olhos enchiam de lágrimas – você não precisa ficar me falando isso sempre que nos vemos, não sabe como é difícil estar com ele te amando tanto.

Ele a abraçou e se desculpou, não gostava de pensar que não poderia mudar essa situação, ela nunca seria dele por completo e em seu coração sempre haveria um buraco.

- Queria que tudo fosse diferente – disse ele – queria poder acordar e dormir olhando para você, queria contemplar a sua beleza todos os dias e o dia inteiro, não consigo acreditar que esse é o nosso fim.

Ana, que o ama desde sempre, desde quando nem sabia definir esse sentimento, não soube o que dizer, olhou nos olhos dele como quem não quer partir, disse adeus e deu-lhe um beijo longo e carinhoso de despedida, se foi antes do sol nascer completamente.

Na noite seguinte, ele entrou pela porta da frente da mansão e avistou Ana, ela estava com um vestido branco, bordado com perolas e rendas caras. Ah, como está linda - ele pensava e sorriu desanimado, disse que não conseguiria acompanhá-la até a igreja, que era demais para ele aguentar, ela sorriu para disfarçar as lágrimas e disse que talvez fosse melhor assim.

E foi assim que ele partiu para o sul sem sequer olhar para trás, decidiu ir para longe e tentar conquistar muitas riquezas, pois sabia que não sentiria amor por mais ninguém, mas que poderia comprá-lo de alguém, assim como fez Henrique, seu melhor amigo, com sua amada Ana.

Comentários

thaila disse…
Sempre aparece um fdp pra estraga tudo!...
O que o dinheiro nao faz!?¬¬'

Gostei do post, mas prefiro aqueles contos em que tudo termina como deveria, me da uma sensação melhor!^^

amo vc maninha!beijao