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Acordou revirando os cabelos como quem revira a própria alma, sentindo um vazio dentro do peito quase desumano; tentando lembrar o porquê de estar do lado errado da cama e procurando quem já não estava ali. Sim, olhou em volta não reconheceu o próprio quarto, sapatos revirados e uma carta ao chão; tudo ficou claro como a luz que passava pela janela e refletia exatamente em seus cabelos ruivos, cor de fogo.

O dia que antecedeu aquela manhã ela queria apagar para sempre de sua memória, a forma como sentiu aquele olhar indiferente, enquanto ele caminhava a passos curtos e nada hesitantes. Ele queria mesmo ir embora. E foi.

Não imaginava que aquilo doeria como se alguém arrancasse o coração de seu peito e o jogasse ao vento gelado até congelar. As lembranças não paravam de surgir em sua cabeça e de repente ela gritou; gritou tão alto e estridente que até as paredes resmungaram. Ela não conseguiu, simplesmente o deixou partir. Ela sabia que por muito tempo não conseguiria pensar em nada além daquele olhar gélido e calado.

E foi assim que seus dias escureceram como a noite mais sombria. Na volta para casa tropeçou em um trevo, de quatro folhas, e logo sentiu uma pontada de esperança, sentiu como se soubesse que no próximo amor teria um pouco mais de sorte.

Comentários

Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Unknown disse…
itpoo annssimm

éé ele ou ela afinal?!

adsshiudha
thaila disse…
assim como temos sempre um dia queremos esquecer temos também a maniade achar que tud será diferente da proxima vez!!...
esse post me trouxe lembranças!!

te adoro mah!!!
beijoss