Chegou em casa se perguntando que horas eram.
- Mas, que dia longo! – exclamou, para lá de atordoado.
Tirou os sapatos; pegou o jornal, que jogou no lixo sem perceber, viu que o gato estava sem comida desde cedo e foi correndo se desculpar. Tirou as meias e largou por ali mesmo no meio da cozinha; abriu a geladeira e viu as cinco garrafinhas de água pela metade e pensou em como ele era distraído; encheu uma a uma e tirou a camisa em frente à janela, olhava a paisagem enquanto coçava sorrateiramente a barriga. Enjoou daqueles prédios cinzas e pássaros pretos e foi até a sala, onde se livrou daquelas malditas calças, que raspavam sem pena sua virilha, durante todo o dia.
Mal sabia para onde olhar, pois seus olhos cansados não se prendiam a nada, se aprontou para arranhar o violão quando o telefone tocou, era sua mãe, não sabia se ria ou se chorava mas, também disse que a amava e desligou, pensando:
- Que dia...
Decidiu deixar o violão onde estava e foi tomar uma ducha bem gelada, que fazia todo sentido depois de um dia inteiro de tanto calor. Sentou-se na cama, abraçado pela toalha e se jogou com todo o peso do mundo para trás, fazendo até sua cabeça tontear um pouco. Puxou o travesseiro e mais uma vez suspirou pensando no dia que se passou, e no quanto ele queria aquele travesseiro perto dele, queria-o tanto porque o fazia lembrar daquela mulher de vestido vermelho, que acabou de fazer do seu dia o mais longo e mais saudoso de toda uma vida, até que pensando alto deixou escapar para os ouvidos das paredes:
- E que mulher...
Comentários
...seus pensamentos e atitudes..
..ótimo texto mah..
Beijo menina da cabeça grande !